Vadia, Maldita, Sovina. Calma, não se ofenda. São só nomes de cervejas artesanais portuguesas.
À partida os nomes não abonam muito a seu favor. Convenhamos que Vadia, Maldita e Sovina são palavras até um pouco ofensivas fora de contexto, mas neste caso estamos a falar da mais recente tendência em matéria de cervejas: as versões artesanais!
Há muito que o mercado das cervejas deixou de ser dominado pelas rainhas Sagres e Super Bock. Apesar de se manterem líderes de mercado, a moda passa por provar as mais variadas marcas de cervejas artesanais, que se destacam pelo seu sabor, método de fabrico e preço. Convenhamos que num pais habituado a pagar até 1€ por uma mini , pagar à volta de 4€ por uma cerveja artesanal torna esta mais atrativa aos olhos dos seguidores de modas ou então aos verdadeiros amantes de cerveja.
Contamos-lhe a história de algumas destas marcas:
Vadia – Foi a paixão pela vadiagem que levou três amigos (Nicolas, Nuno e Victor) a criar um produto diferente, artesanal e mais genuíno. Actualmente existem nas versões Preta, Ruiva, Branca e Pils, tendo sido premiada em 2015 com uma medalha de ouro e uma de prata na competição Concours International de Lyon.
Maldita – Marca nascida em Aveiro, em 2013, pelas mãos de Artur e Gonçalo Faustino, pai e filho. Apaixonados por cerveja. No seu currículo já tem distinções de peso: 2ª Melhor do Mundo no Silver Award Winner e Melhor da Europa no Europe’s Best Beers 2014. O nome foi dado acidentalmente pela namorada do Gonçalo e pelos seus ciúmes e descontentamento das longas horas que este passava na fábrica enquanto preparavam o seu lançamento.
Sovina – Natural do Porto, apresenta-se como a primeira cerveja artesanal produzida em Portugal, em 2011, através de métodos artesanais. Tem cinco qualidades: Amber, Helles, IPA, Stout e Trigo. Produzem ocasionalmente edições especiais, como a Sovina Amber Vintage, que faz o estágio em pipos de vinho do Porto.
Letra – Cerveja minhota, surgiu no mercado em 2013 pela mão dos cervejeiros Francisco Pereira e Filipe Macieira, que resolveram apostar no mercado das cervejas premium, com elevada qualidade e sem aditivos. O resultado é uma cerveja mais turva, aromática e mais intensa. As variedades vão do A ao D: A de Weiss, B de Pilsner, C de Stout e D de Red Ale.
“Mas quantas cervejas artesanais existem?”
Mais do que muitas e surgem novas todos os dias! A última contagem ia em 70 marcas já lançadas, produzidas de norte a sul de Portugal. Aroeira, Calmeirona, Dois Corvos, Dúbia, Nau, Oirtava Colina, Passarola Brewing e Sant’Ana LX são algumas das alfacinhas de gema, com as fábricas instaladas em vários locais da cidade. A Oitava Colina, por exemplo, tem a sua micro fábrica instalada na bonita Vila Berta, no bairro da Graça, uma zona típica que os tem inspirado à criação de vários tipos de cerveja.
“Onde posso provar uma Vadia? Ou uma Maldita? Ou outra dessas?”
Pode procurar as marcas em supermercados gourmet ou no El Corte Inglês (como é o caso da minhota Letra). Pode também encontrá-las em bares e restaurantes espalhados pela cidade e que se distinguem por venderem cervejas artesanais nos seus menus. Eis alguns deles:
Moules & Beer – Já aqui falámos do Moules & Gin no quiosque no Martim Moniz pelas irresistíveis travessas de mexilhão, mas no restaurante em Campo de Ourique além de saborear os mexilhões, também pode provar muitas das marcas de cerveja artesanais portuguesas.
Onde: Rua 4 da Infantaria, Campo de Ourique
Cerveteca Lisboa – O paraíso para os apreciadores deste tipo de cervejas. Aqui encontra marcas nacionais e estrangeiras em garrafa ou em barril. Pode acompanhar com queijos, conservas tradicionais portuguesas ou sandes.
Onde: Praça das Flores, 62
O Purista – Por fora tem pinta de barbearia tradicional, por dentro é uma barbearia à moda antiga reinventada. Enquanto lhe cortam o cabelo e a barba à navalha pode aproveitar para saborear uma cerveja exclusiva: a Aflligem. Não se aflija: mesmo que não tenha cabelo nem barba ou não queira arriscar o seu corte à navalhada pode lá ir só pela cerveja. Não é portuguesa, é belga. Nós gostamos de variar e de nos misturar!
Onde: Rua Nova da Trindade, 16