Esqueça a história de amor que correu mal. Em Portugal, Romeu e Julieta é marmelada com queijo!
Ao contrário do que acontece com a peça de William Shakespeare, em Portugal a história de amor Romeu e Julieta tem um final feliz. Os actores principais? Queijo e marmelada, que tanto podem assumir o papel de entrada ou sobremesa. Um dueto que nunca falha e o resultado final, numa mistura de doce e amargo, é sempre surpreendente, ainda para mais se os produtos forem de boa qualidade.
A marmelada mais não é que o resultado do marmelo (fruto parecido com a maçã) cozido com açúcar e reduzido a puré. Depois de distribuída por taças, estas são cobertas com papel vegetal e colocadas ao sol a secar. É uma especialidade da doçaria regional portuguesa, de um vermelho alaranjado vibrante, e com um sabor intenso. Quando misturada com requeijão, queijo fresco ou queijo da Serra da Estrela o resultado é surpreendente.
Reza a história que os navegadores portugueses levavam sempre caixas de marmelada entre as provisões de viagem. Este é um exemplo de uma receita que se dispersou pelo mundo e que sobreviveu praticamente intacta, decorridos cerca de cinco séculos desde as primeiras referências históricas conhecidas.
A palavra marmelada foi adaptada para outras línguas como marmelade em francês, marmellata em italiano ou marmalade em inglês. A expressão aplica-se a todo o tipo de conservas de fruta em açúcar. Para os ingleses, marmelada de marmelos é “quince cheese” ou “queijo de marmelo”.