As melhores formas de desfrutar do rio Tejo em Lisboa e arredores

Dizer que o rio Tejo moldou Lisboa e o modo de vida local é um eufemismo. Se não fosse este rio, e a sua proximidade ao mar, Lisboa provavelmente nunca se teria tornado a cidade proeminente que é hoje.

Se antigamente o rio era a principal via de comércio e distribuição de mercadorias, hoje continua a ser um canal de transporte de pessoas que trabalham no centro da cidade de Lisboa, mas que muitas vezes vivem na margem sul do rio, onde as casas têm sido historicamente um pouco mais acessíveis do que no centro da cidade.

Caminhar à beira rio, ao explorar o centro histórico de Lisboa, é quase um dado adquirido quando visita a nossa cidade. As vistas são amplas e cativantes, e a brisa que se sente à beira rio costuma ser muito bem-vinda, principalmente durante os dias quentes de verão.

Quando se pensa em desfrutar do rio em Lisboa, talvez nos venha à mente coisas como um simples passeio a pé ou mesmo de barco. Exploramos estas divertidas atividades abaixo, mas gostaríamos também de sugerir outras formas lúdicas e até educativas de aproveitar ao máximo o rio Tejo quando estiver em Lisboa:

1. Faça um passeio de barco no Tejo

Não importa o tipo de passeio de barco que mais gostar, é provável que encontre um passeio no Tejo que se adapte às suas preferências. Desde simples viagens em barco à vela, a aventuras temáticas, algumas das quais giram em torno do mundo da gastronomia e dos vinhos, o Tejo recebe diariamente dezenas de veleiros, sobretudo na hora do pôr-do-sol, altura em que as vistas se tornam ainda mais especiais.

Para além de ser agradável navegar ao sentir a brisa fresca, alguns destes passeios de barco podem também ser muito interessantes do ponto de vista histórico e cultural. Alguns deles incluem guias experientes que partilham informações relevantes sobre a cidade enquanto se passa por pontos de referência e, de facto, alguns desses monumentos podem ser vistos melhor da própria água. Falamos sobretudo dos situados em Belém, com destaque para a Torre de Belém (Av. Brasília) e o Padrão dos Descobrimentos (também na Av. Brasília), que têm duas faces e, como tal, cuja arquitetura nunca poderá ser totalmente apreciada apenas desde terra.

Se se interessa por cozinha e bebidas, e se está agora aqui connosco na Taste of Lisboa é bem provável que sim, vai gostar de saber que também há passeios de barco no Tejo com um grande foco na culinária e vinhos locais. Claro que quando aluga um destes veleiros em privado pode pedir à equipa para personalizar a viagem mas, de um modo geral, esta é uma óptima oportunidade para apreciar as vistas de Lisboa desde uma perspectiva que simplesmente não se consegue desfrutar quando se está no centro da cidade propriamente dito.

⛵ Recomendamos dar uma vista de olhos aos muitos passeios de veleiro listados nas Experiências do Airbnb ou que entre em contacto conosco para mais recomendações

2. Relaxe na Ribeira das Naus

Entre o Cais das Colunas, na Praça do Comércio, e o Cais do Sodré, em plena Baixa, a Ribeira das Naus é um dos locais mais procurados para passear à beira rio em Lisboa. O grande passeio e as escadas que descem para o rio, servindo também de assentos, convidam os turistas e os locais que gostam de vir aqui para descansar, apanhar banhos de sol e apreciar as vistas amplas para a margem sul. A vista é particularmente pitoresca ao pôr do sol, quando o sol se põe no horizonte, logo atrás da ponte 25 de Abril, parecida com a Golden Gate de São Francisco. Para quem gosta de beber qualquer coisa enquanto relaxa por aqui, há um quiosque de bebidas e algumas opções de comidas descomplicadas, mas também há vendedores ambulantes que oferecem desde simples bebidas até cocktails feitos no momento.

Do outro lado da rua da primeira fila em frente ao rio, existe uma área verde relativamente grande, onde não é de estranhar ver pessoas de fato-de-banho deitadas na relva, como se estivessem na praia. Saiba que os portugueses costumam adorar o sol, por isso aproveitamos ao máximo todas as oportunidades que temos para aumentar os nossos níveis de vitamina D! Se não quer planear muito e quer desfrutar de algum tempo à beira-rio no centro da cidade, a Ribeira das Naus é sempre uma boa opção.

📍Av. Ribeira das Naus

☀️ Aproveite o sol, aprecie a vista, beba qualquer coisa e deixe o tempo passar

3. Ande de bicicleta paralelo ao rio

À primeira vista, Lisboa pode não parecer o lugar mais convidativo para andar de bicicleta. A nossa cidade é conhecida como “a cidade das sete colinas” e, de fato, teria que ter muita resistência para poder subir algumas das suas colinas mais íngremes pedalando. Mas o mesmo não se aplica à margem do rio, que é agradavelmente plana.

Apesar de existirem várias ciclovias por Lisboa, tanto em zonas movimentadas como dentro de parques, a nossa zona preferida da cidade para andar de bicicleta é de longe paralela ao rio. Pode apanhar uma bicicleta no Cais do Sodré e ir até Belém, mas o troço mais agradável seria talvez entre Alcântara e Belém. Esta é uma parte da cidade onde muitas pessoas vêm para relaxar, e até famílias trazem os seus filhos e animais de estimação para brincar nas áreas verdes ao redor. Pedalar de Alcântara a Belém é tarefa fácil – a ciclovia está bem cuidada, o terreno é absolutamente plano e há coisas realmente interessantes para ver no caminho. Pode recarregar energias fazendo uma refeição num dos muitos restaurantes das Docas, pode parar no Museu da Electricidade ou no tão elogiado MAAT (Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia) e chegar finalmente a Belém, onde se concentram monumentos grandiosos e onde os super famosos pastéis de nata portugueses (só aqui oficialmente conhecidos como Pastéis de Belém) foram originalmente criados.

🚴 Alcântara – Belém. Veja mais detalhes sobre este percurso aqui.

4. Dê um passeio no Parque Ribeirinho Oriente

Vêm-se muitos viajantes passeando à beira do rio no Cais das Colunas, na Ribeira das Naus ou no Cais do Sodré. Mas o mesmo não se aplica ao Parque Ribeirinho Oriente. Na verdade, nem assim tantos residentes chegam até aqui… pelo menos por agora. E é precisamente por isso que gostamos tanto deste parque ribeirinho.

Na zona oriente da cidade, o Parque Ribeirinho Oriente é uma área de desenvolvimento muito mais recente, que muitos ainda não descobriram. Há muito espaço pelo que nunca nos chegamos a sentir constrangidos, e os espaços verdes envolventes estão bem cuidados. Existem alguns cafés e restaurantes na área, se quiser fazer algo mais do que apenas passear. Mas se vier cá passear, ou quem sabe até sentar-se na relva a fazer um piquenique, saiba que à sua volta poderá desfrutar de uma vista arrebatadora de uma Lisboa mais contemporânea, e que se estende até ao outro lado do rio Tejo.

📍Rua Cintura do Porto 1950

5. Faça observação de aves na Reserva Natural do Estuário do Tejo

Se estiver disposto a viajar um pouco para longe do centro da cidade de Lisboa, pode ser recompensado pela vista espetacular do Estuário do Tejo. Trata-se de uma reserva natural que se estende por um território particularmente húmido, propício à proliferação de determinadas espécies de fauna e flora. Se pensava que, por exemplo, não veria flamingos ou mesmo golfinhos quando viesse a Lisboa, estamos prestes a surpreendê-lo!

O estuário do Tejo é uma das maiores zonas húmidas de Portugal e abrange áreas distintas, incluindo as próprias águas do estuário, assim como lodaçais, salinas e campos de cultivo. Este sapal é onde vivem algumas espécies marinhas como o linguado e o robalo e, sendo uma zona de transição entre os ambientes marinho e fluvial, é também ponto de passagem para outras espécies como a enguia e a lampreia – iguarias muito apreciadas na gastronomia portuguesa, mas que só são disponíveis sazonalmente.

Talvez o animal que mais chama a atenção no estuário do rio Tejo seja de facto o flamingo cor-de-rosa, embora devamos realçar que os seus números têm vindo a diminuir drasticamente nos últimos anos devido ao desenvolvimento urbano premente nas proximidades e à situação global de poluição e alterações climáticas. Por aqui passam alfaiates em maior número do que os flamingos, assim como gansos-bravos, pernilongos, o perna-vermelho-escuro e o perna-verde-comum, tornando a reserva natural do estuário do Tejo um paraíso para os entusiastas da observação de aves.

📍Av. Combatentes da Grande Guerra 1, 2890-015 Alcochete

🐦 Pode visitar de forma independente, mas participar numa excursão de observação de aves saindo de Lisboa seria altamente recomendável

6. Veja o rio bem lá de cima na Telecabine Lisboa

Quem tem vertigens pode saltar para a próxima dica, mas se gosta de apreciar uma bela vista do alto, recomendamos vivamente que suba na Telecabine Lisboa, um teleférico com vista para o Parque das Nações e o rio Tejo.

Para fazer um passeio na Telecabine Lisboa deve dirigir-se a uma das duas estações, em extremos opostos do troço de cerca de 1,5km (pouco menos de 1 milha) percorridos pelo teleférico. Lá de cima dá para ter uma boa visão geral do que é a zona contemporânea do Parque das Nações, que foi desenvolvida para a Expo98. E também pode apreciar o comprimento da Ponte Vasco da Gama a atravessar o rio, e que contando com 13 KM (8 milhas) de comprimento é na verdade a ponte mais longa da Europa.

🚠

Estação Norte da Telecabine Lisboa: Passeio das Tágides (junto à antiga torre Vasco da Gama, agora Hotel My Riad)

Estação Sul da Telecabine Lisboa: Passeio de Neptuno (junto ao Oceanário)

🎫 Mais informações e bilhetes aqui.

7. Tome um barco de transporte público pelo rio e aproveite a margem sul

​​Por pouco menos de 1,5 euros, também é possível fazer um passeio de barco no rio Tejo. É claro que este passeio não levará várias horas como os passeios de barco dedicados aos turistas sobre os quais escrevemos acima, mas com certeza é uma ótima maneira de não só desfrutar da viagem em si, mas também chegar à margem sul do rio, onde muitas possibilidades de viagem menos usuais mas não por isso menos interessantes esperam por si. Apanhar um barco de transporte público para a margem sul do rio Tejo é também certamente uma forma de vivenciar a vida local, pois é isto que milhares e milhares de pessoas fazem para ir e voltar do trabalho todos os dias.

Existem várias formas de fazer a ligação de barco de Lisboa à margem sul. Desde a Praça do Comércio pode apanhar o barco até ao Barreiro, cidade da região de Setúbal. Não podemos dizer que o Barreiro seja turístico, mas isso não quer dizer que não tenha algumas pérolas escondidas que valem a pena para quem quer explorar para além do óbvio. Pode apreciar o rio de uma perspetiva muito diferente, percorrendo o passeio marítimo conhecido como Circuito Ribeirinho Barreiro, ou pode ir até uma praia fluvial, como a Praia de Alburrica. Para comer entre os locais, vale a pena ir à Cooperativa Mula (​​Largo Santo André 3), um centro comunitário que recebe eventos culturais e tem uma cozinha focada em princípios de sustentabilidade.

Se viajar para a margem sul do Tejo a partir do Cais do Sodré, irá fazer ligação a Cacilhas, a bordo de barcos literalmente conhecidos como cacilheiros. Já escrevemos anteriormente sobre as muitas maravilhas que o podem manter ocupado e entretido em Cacilhas, especialmente quando se trata de ser feliz à mesa (mais sobre este tema abaixo).

Outro barco suburbano de Lisboa para a margem sul que também pode ser desfrutado de forma descontraída seria o que parte de Belém (o popular bairro de monumentos de Lisboa), levando os viajantes até a Trafaria. A Trafaria é uma típica vila piscatória, que fica muito próxima da Costa da Caparica, uma cidade balnear com muitos locais para descontrair, apanhar banhos de sol e, claro, comer e beber como bem gostamos.

Não importa para onde decida ir na margem sul, não há dúvida de que atravessar e estar um pouco longe de Lisboa lhe dará uma perspectiva muito diferente da nossa cidade. Queremos dizer isso literalmente, é claro, já que a vista de Lisboa é sempre melhor ao longe de Lisboa, mas também quando se trata de contexto social e entender um pouco mais como os portugueses vivem o seu dia a dia.

🚢

Terreiro do Paço – Barreiro, mais informação

​​Cais do Sodré – Cacilhas, planeie aqui a sua viagem

Belém – Trafaria, veja aqui o horário

8. Jante e beba um copo em Cacilhas enquanto aprecia a vista

Esta pode ser uma das formas mais clichês de apreciar as maravilhosas vistas do rio Tejo e mais além, mas garantimos-lhe que é popular por boa razão! A zona ribeirinha de Cacilhas (localidade de Almada), a zona do Cais do Ginjal e, em particular, o restaurante Ponto Final, tornaram-se alguns dos locais mais procurados para desfrutar do pôr-do-sol perto de Lisboa. Não só desde aqui pode desfrutar de vistas panorâmicas de Lisboa, algo para o qual tem de efetivamente afastar-se da cidade, como o extenso rio em frente à cidade dá um toque de magia a esta vista, ainda mais à medida que a noite cai sobre a cidade.

A posição de Cacilhas e a área praticamente por baixo da estátua do Cristo Redentor são locais privilegiados, pois estão voltados para o oeste, sendo assim o cenário ideal para os mais dramáticos pores do sol que poderá apreciar perto de Lisboa. Se a esta vista tipo postal se juntar boa cozinha e bons vinhos, eis um ótimo plano de fim de dia para quem quer relaxar após horas a explorar a nossa cidade. Apesar do Ponto Final ser, de longe, o restaurante mais conhecido de Cacilhas (é mesmo necessário fazer reserva), existem outros estabelecimentos que vale a pena visitar, para uma refeição deliciosa ou apenas para beber qualquer coisa – não perca as nossas recomendações abaixo ou leia aqui mais sugestões.

🍴

Ponto Final: Rua do Ginjal 72, Almada

Atira-te ao Rio: Rua do Ginjal 69, Almada

Amarra Ò Tejo: Largo 1º de Maio 2, Almada

Se num determinado dia não lhe apetecer ir a um restaurante ou gastar dinheiro, sugerimos fazer um piquenique e pegar numa garrafa de vinho ou umas cervejas, e relaxar no Jardim do Rio, uma área verde bastante gira logo por baixo do elevador panorâmico da Boca do Vento. Mesmo se vier sozinho, terá Jesus Cristo a olhar por si lá do cimo.

Quando viajar a Lisboa, esperamos que reserve algum tempo para relaxar junto ao rio Tejo. Porque, tal como escreveu o poeta Fernando Pessoa através do seu heterónimo Alberto Caeiro, “Pelo Tejo vai-se para o Mundo”. Partilhe connosco as suas fotos do rio Tejo através do Instagram, identificando  #tasteoflisboa @tasteoflisboa 

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